quinta-feira, 27 de maio de 2010

Considerações sobre Trânsito

Trânsito é uma coisa engraçada. Você poder pegar um carro e ir pro outro lado de uma grande cidade em alguns minutos é uma maravilha. É como ir a lugares bem distantes, mas fazendo o mesmo esforço que você faria pra chegar até a esquina. Ou menos. É MASSA!

-Damn straight!

O grande problema do trânsito é exatamente o trânsito.

Isso mesmo, você não leu errado. Não dá pra dizer qual o maior problema do trânsito, porque tem muitos. Mas, se eu fosse apostar todas as minhas fichas em um problema só, esse problema seria o motorista comum.

Trânsito é um lance curioso, porque ao mesmo tempo que dirigir facilita a vida, o conceito de você dar acesso a máquinas capazes de atingir grandes velocidades a pessoas comuns e, no caso daqui do Brasil, extremamente mal educadas, é estúpido. E você já viu conceitos estúpidos em ação.

-Mas, mãe, parecia uma idéia tão boa, na hora! :(

É lamentável. E todo dia tem mais carros novos nas ruas, enquanto os velhos continuam sendo usados. Se você é bom em matemática, já se deu conta do problema. Se não é (provavelmente você não é), é bem simples:

Quanto mais carros nas ruas, mais imbecis no trânsito, fazendo merda.

Pois é, não dá pra falar de todos os problemas do trânsito. Então vou falar só de uma das coisas que me incomodam. É uma besteira, na verdade, mas é uma besteira que realmente me deixa... intrigado, digamos.

Eu, intrigado.

Adesivos de vinil.

Não sei se em outras cidades isso também ocorre (provavelmente, sim), mas, aqui em Fortaleza, tem uma galera que se amarra em botar adesivos de vinil nos carros.

Pra quem não sabe, adesivo de vinil é aquele tipo de adesivo que se bota na lataria e nos vidros dos carros. O que pode ser até bem legal, se usado com criatividade e bom-senso. E nós sabemos que bom-senso é uma coisa extremamente presente no trânsito, né? POIS É!

Aqui você encontra todo tipo de DOIDO com todo tipo de adesivo no carro. Tem os comediantes, que botam frases engraçadas; tem a galera metida a playboy, que não tem dinheiro pra "tunar" o carro e bota uns adesivos mó paia... Como tem muita gente que faz muita coisa, vou me ater a três categorias que me deixam mais intrigado.

Novamente, eu, intrigado.

01. O Advogado propagandista.

Cara, sério. Imagine a seguinte situação: você está dirigindo, sossegado, na sua faixa. Aí vem um sujeito num carro importado e te corta na cara dura. OLHE PRO VIDRO DO CARA. As chances são de 80% de que vai ter um adesivo do tipo "Fulano & Sicrano - Advogados Associados" lá. E sabe o que mais? As chances de você NUNCA ter ouvido falar dos advogados em questão são de 498165312498%.

Quer dizer: o cara tem um escritório de advocacia, mas o único investimento que ele faz pra que as pessoas fiquem sabendo da existência do escritório é um adesivo no carro.

-Dr. Fulano. OAB 666-6.

Até porque o meio da rua é um canto legal pra se arrumar um advogado. Principalmente se ele te corta naquele cruzamento.

02. O casal apaixonado.

Ah, o amor.

O amor é um sentimento nobre, é aquilo que todos nós procuramos. Vivemos a vida inteira correndo atrás da pessoa certa pra dividir o tempo, as experiências, a felicidade vindoura. Passamos tanto tempo procurando que, ao encontrar, queremos gritar aos quatro ventos. Queremos que todos compartilhem da alegria que estamos sentindo.

E tem gente que, pra isso, BOTA A PORRA DUM ADESIVO NO CARRO.

Raniellyson e Silvicleide são muito felizes.

Então, Silvicleide & Raniellyson, tenho uma notícia pra vocês: Ninguém quer saber desta merda!

03. O Crente.

Rapaz, eu acho que a fé é uma coisa poderosa. Tem gente que, sem um certo apoio espiritual de uma igreja, estaria afundado em merda. E, claro, tem os loucos que querem gritar para o mundo o quanto seu deus é poderoso e maravilhoso.

E botam um adesivo no carro.

Sério. Tem poucas coisas nesse mundo que me deixam tão irritado. Uma pessoa que bota um adesivo dizendo "Propriedade de Jesus Cristo" em seu veículo não pode bater bem das idéias.

Primeiro: Jesus é filho de deus. E não no sentido "ahh, eu também sou filho de deus". Não. Ele é O filho de deus. Sendo assim, acho que, se fosse pra ele ter um carro, é provável que ele fosse querer PELO MENOS um Bentley ou um Rolls Royce. E não um fiesta 96 todo fudido.

Segundo: Jesus não deve nem saber o que é uma caixa de câmbio ou um bico de injeção eletrônica. Ele não deve saber nem o que diabos é uma embreagem. Aliás, se me perguntassem, eu diria que Jesus tem mó cara de quem pega a 55 pra ir pro North Shopping.

-Igreja de Fátima aí, trocador! Igreja de Fátima desce!

E outra coisa: se você tiver num engarrafamento por causa de uma batida, pode ter certeza que o culpado tem um adesivo de terço do lado da placa. PODE TER CERTEZA!

Eu não sei por que essa galera dirige tão mal. Deve ser a fé cega que eles têm.

-Segura na mão de deus e VAAAAI!

Deus não vai proteger seu carro. Uma boa seguradora, sim.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Última temporada de Lost.

Rapaz, rapaz... Lost. Por onde começar a falar de Lost?

Comecei a ver Lost quando a série já tava lá na terceira ou quarta temporada e, devo confessar: eu tinha ódio quando falavam disso. Ficava de cara amarrada em mesa de bar, quando o assunto surgia. Tinha ódio do assunto. Tinha ódio dos fãs, assim como odeio fãs de Los Hermanos e Otakus.



- OOOlha, que lindinho, ele tem uma orelhinha hihihnhonhonhoinMORRA, SEU FILHO DE QUENGA!


Mas, cara, quando comecei a ver, tive que calar minha boca reclamona. Era fantástico. Os personagens eram envolventes, a trama era ridiculamente viciante. Um episódio acabava e eu, imediatamente, tinha NECESSIDADE de ver o próximo. Cheguei ao ponto de ver uma temporada inteira em, sei lá, dois dias.

Sabe quando você tá numa festa, melado, mas não quer parar de beber porque ainda não tá "no ponto"? Pois é, era mais ou menos a mesma coisa.


Tipo assim, só que, em vez de latas, episódios.

Eu ficava especulando com minha namorada (ela assistia comigo) sobre a lógica do negócio, sobre como tal evento se resolveria, se tinha alguma relação com o evento anterior. E aqueles números! O negócio dos números! Eu ficava tentando ver se tinha alguma relação matemática entre eles.

Isso sem contar que, a cada intervalo comercial, eu ficava com vontade de gritar "QUE MERDA É ESSA QUE TÁ ACONTECENDO?". Me digam: vocês já viram alguma outra série capaz de causar uma comoção grande assim?



- Como assim, fumaça preta? COMO ASSIM, PORRA???

Não tem outra palavra: era FODA mesmo. Horas e horas de entretenimento, perto e longe da tela. Quem acompanhou, sabe do que tou falando. Não dava pra você assistir à série e ficar inerte.

É isso mesmo. Não dava. Até esta última temporada. Vou até respirar fundo, agora.

Essa última temporada, rapaz. Pelo amor de deus, como é que fazem uma cagada dessas? Toda aquela coisa de procurar alguma lógica nos eventos foi pro saco. Todo o mistério que tinha, a tensão, a vontade de saber o que ia acontecer, foi detonada por uma técnica MESQUINHA de segurar informação.

É mais ou menos assim:

-Vamos pra tal canto!
-Pra quê?
-Em breve você saberá...

E O CARA VAAAAI pro canto que o outro chamou! Porra, sério. Fala logo, rapaz! Que jeito mais canastrão de se manter o mistério!

Sem contar que, agora, qualquer coisa que não tava explicada, tão botando culpa no sobrenatural. Porra, roteiristas! Sobrenatural? Sério?? O pobre do personagem do Locke. Tão rico, tão interessante. O cara vivia numa cadeira de rodas e volta a andar! Aí (SPOILER ALERT!!) matam o verdadeiro Locke e vêm me dizer que a fumaça preta agora tem a forma do sujeito. Quer dizer que agora o Locke é a fumaça? Sério?



Sabe aquela tossida que você deu na última tragada? Foi o Locke.


É ridículo. E acho que não estou sozinho quando digo que estou assistindo só porque já vi todas as outras temporadas e tou sentindo necessidade de ver um desfecho. Mas, pra mim, já acabou.

Meu irmão, se toque!

OK, pessoal.

Pra começar tudo:

Fiz esse blog com o intuito de reclamar das coisas que me deixam puto no dia-a-dia ("dia-a-dia" ainda tem hífens? "Hífens" ainda tem acento? ESTA MERDA DE NOVA REGRA ORTOGRÁFICA!).

- Como assim, "idéia" não tem mais acento? AAARGHH!

Antes eu reclamava dessas coisas só pra mim, resmungando feito louco. Agora, vou reclamar pra quem quiser ler esta birosca aqui.

Então é isso. Boa leitura. Ou não. See if I care.